Vedoin isenta Serra, mas acusa sucessor
O empresário Luiz Antonio Vedoin, 31, apontado como chefe da máfia sanguessuga, disse ontem à Polícia Federal em Cuiabá (MT) que foi procurado, na "semana retrasada", pelos petistas Valdebran Padilha, Gedimar Passos e Expedito Afonso Veloso, interessados em comprar um dossiê contra tucanos. Os dois últimos trabalhavam na campanha de Lula.No depoimento, Vedoin disse que o candidato a presidente Geraldo Alckmin (PSDB) "não tem relação com a máfia dos sanguessugas" e "que não há indícios" da participação, "na máfia", do tucano José Serra, candidato ao governo de SP.Mas Vedoin incrimina o empresário Abel Pereira "dizendo que ele recebeu valores para liberação de recursos pendentes na gestão de Barjas Negri [substituto de Serra em 2002] no Ministério da Saúde".Vedoin afirma ainda que "Abel é ligado a Barjas". Abel, em viagem, foi procurado pela reportagem. Seu funcionário anotou o recado, mas Abel não ligou de volta. Barjas, prefeito de Piracicaba (SP), nega ligação com os sanguessugas.Vedoin disse ainda que quatro folhas de papel, encontradas dentro do dossiê contra tucanos, eram a relação de prefeituras, de emendas ao Orçamento e da porcentagem de propina referentes a acertos com Abel na compra de ambulâncias. Ele entregou à PF documentos que comprometeriam Abel.Vedoin afirma que "não fez negócio com a revista "IstoÉ" para dar entrevistas em troca de pagamento". Disse que receberia só R$ 1 milhão pelo material sobre tucanos, cujo destino disse ignorar, e negou conhecer a negociação com dólares.O empresário afirma, porém, que Valdebran fez o contato com a revista. A entrevista, segundo Vedoin, foi presenciada por Expedito, diretor afastado do Banco do Brasil, que trabalhava na campanha de Lula.À revista o empresário da máfia disse que o esquema era "mais fácil" quando Serra era ministro. Ontem, isentou o tucano. O dossiê era formado por vídeo, DVD e fotos que mostram Serra em cerimônia de entrega de ambulâncias, em 2001. Há duas fotos de Alckmin em congresso em SP.Vedoin disse que há 90 dias mandou chamar na prisão o empresário Valdebran (filiado ao PT), de quem disse ser amigo há oito anos, para cobrar dívida de R$ 700 mil, referentes à compra de emendas ao Orçamento. Ao deixar a prisão em 11 de julho, Vedoin --preso de novo por causa do dossiê-- disse ter sido procurado por Valdebran, que disse poder arrumar dinheiro para quitar o débito, se tivesse o material sobre Serra. Valdebran, segundo Vedoin, "foi a SP" depois da conversa. Na semana retrasada, Vedoin disse que foi procurado por Valdebran, Gedimar e Expedito em Cuiabá.
FONTE: FOLHA ON LINE
FONTE: FOLHA ON LINE
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