13 julho, 2006

Alckmin e Serra "estranham" onda de ataques do PCC e pedem apuração

Políticos tucanos estranharam a nova onda de ataques do PCC (Primeiro Comando da Capital) durante o período eleitoral e pediram "apuração" para as suspeitas levantadas pelo pefelista Jorge Bornhausen de que haveria uso político da crise de segurança pública no Estado de São Paulo. "Tem muita coisa estranha por trás de tudo isso, mas não vou fazer nenhuma observação de natureza política. Cabe aos órgãos policiais a investigação profunda dos fatos e suas origens", afirmou Geraldo Alckmin, candidato do PSDB à Presidência. ""Estranho é a forma como ocorre, a época em que ocorre e a maneira como ocorre."Segundo ele, "é dever investigar quais as ligações do crime organizado, qual a origem e qual é a motivação".O senador Bornhausen, presidente do PFL, afirmou suspeitar de uma ligação entre o PT e o PCC. "O PT pode estar manuseando, manipulando essas ações", disse ele, em declarações publicadas na edição de hoje da Folha de S.Paulo.A declaração do senador pefelista ganhou ressonância com o seu colega de partido e parlamento José Jorge (PE), vice de Alckmin. "Toda vez que tem uma pesquisa a favor do Alckmin, o PCC faz alguma coisa. Isso pode ser coincidência, mas tem acontecido", afirmou. "Eu não tenho informações para dizer isso [sobre a suposta ligação do PT com o PCC]. Não me cabe julgar a declaração do presidente Bornhausen".O mesmo termo "estranho" foi usado pelo candidato do PSDB ao governo paulista, José Serra, em campanha pelo interior do Estado, que chegou até a lembrar de que um ex-secretário municipal na gestão do PT em São Paulo enfrentou acusações de ter influência sobre perueiros que seriam ligados ao PCC.As acusações de Bornhausen não ficaram sem resposta pelo PT e pelo Governo Federal. "Lamento que um senador da República aja de forma tão irresponsável e golpista, usando do oportunismo em um assunto de tamanha gravidade como a crise e a violência que se alastra no Estado de São Paulo", disse o presidente do PT, Ricardo Berzoini, por meio de nota à imprensa.O ministro Tarso Genro (Relações Institucionais) disse que as declarações eram um "indício claro" de que Bornhausen tentava faturar "eleitoralmente" com a crise. "Eu acho que são declarações que não merecem resposta, porque são de um quilate tão rebaixado, de uma postura tão autoritária e tão caluniosa", afirmou ele.O presidente da Câmara, deputado Aldo Rebelo (PC do B-SP), criticou hoje o uso político da onda de violência em São Paulo. Sem citar o presidente do PFL, senador Jorge Bornhausen (SC), que acusou o PT de ser ligado à organização criminosa PCC, Aldo Rebelo disse que "acusar A ou B não vai resolver o problema"."O que nós sabemos é que o PCC está se aproveitando do momento eleitoral para pressionar o governo. Nós sabemos porque temos documentos do PCC criticando o PFL e o PSDB", disse o deputado federal Alberto Goldman, candidato a vice-governador em São Paulo.

FONTE: UOL