12 setembro, 2006

Mãe de namorada de coronel contradiz versão da filha

A mãe da advogada Carla Cepollina, namorada do coronel reformado da PM Ubiratan Guimarães, encontrado morto no domingo à noite em seu apartamento, no bairro paulistano dos Jardins, a também advogada Liliana Prinzivalli, contradisse a versão da filha, que disse ter discutido com Ubiratan pouco antes de deixar o apartamento, sábado à noite, enciumada com um telefonema de outra mulher para o coronel. Segundo Liliana, na verdade a discussão ocorreu com a mulher que teria ligado, supostamente uma ex-namorada: "ele tinha bebido um pouco mais e queria descansar, mas recebeu ligações que o deixaram irritado", contou.
"Ele ficou bravo, falou que não queria falar daquele assunto e desligou", declarou Liliana ao jornal Folha de S.Paulo, para dizer ainda que a filha saiu do prédio antes das 21h de sábado. A Polícia Civil trabalha com a tese de crime passional, pelas caractéristicas do caso, e investiga as mais recentes relações amorosas de Ubiratan. Carla foi a última pessoa vista saindo do prédio antes de o corpo ser encontrado, caído na sala com um tiro no abdômen, enrolado em uma toalha. Para a perícia, Guimarães morreu cerca de 15 horas antes da descoberta de sua morte.
Uma vizinha de Ubiratan disse ontem que ouviu o barulho do tiro por volta das 19h de sábado, mas inicialmente pensou que tinha sido decorrente de um vidro quebrado. De acordo com a mãe de Carla, ela saiu do prédio antes das 21h de sábado.
A advogada Carla Cepollina afirmou ontem que vai colaborar com as investigações e irá entregar à polícia uma lista com inimigos do oficial da PM. Ubiratan, comandante do massacre do Carandiru, em 1992, com o saldo de 111 detentos mortos, também era deputado estadual pelo PTB paulista e disputava a reeleição. Carla falou informalmente ontem sobre o caso na sede do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) e volta hoje ao local para prestar depoimento.

Planos de morar juntos

Entrevistada pela Folha, Carla disse que ela e Ubiratan pretendiam morar juntos após as eleições e não quis comentar as hipóteses do crime. Ela relatou ainda que, há cerca de um mês, o coronel pediu para um dos filhos não dormir mais no apartamento porque o considerava perigoso. O coronel vivia sob segurança reforçada por conta de ameaças.
Ela, no entanto, disse que Guimarães não lhe falava sobre as ameaças.

FONTE: TERRA