13 novembro, 2006

Inocente vive como foragido durante dois anos

O chef Douglas de Camargo, 36 anos, teve a identidade usada por um ladrão que fugiu da cadeia e, por quase dois anos, foi obrigado a viver como um foragido da Justiça. No início do mês, Camargo recebeu da Justiça um salvo-conduto que impede sua prisão até que o caso seja esclarecido. O verdadeiro assaltante, que usava a identidade de Camargo, roubou uma padaria na zona oeste de São Paulo. Ele foi preso e condenado, mas fugiu da cadeia, alegando a mesma identidade de Camargo.
Antes de ser considerado réu no assalto da padaria, em 1996, Camargo foi vítima de um assalto ao depósito de farinha da família em Osasco. Os ladrões levaram seu carro, documentos e cheques, mas ninguém foi preso.
Em dezembro do mesmo ano, dois homens assaltaram uma padaria na zona oeste de São Paulo. Presos logo depois, um deles se identificou como Douglas de Camargo e informou a data de nascimento, mas não apresentou documentos. Os dados fornecidos pelo ladrão conferiam com os registros de Camargo, que foi indiciado. O criminoso foi condenado a um ano e nove meses de prisão. Mas o assaltante fugiu do 49º DP (São Mateus), com outros 80 detentos, em maio de 98.
De acordo com o jornal Folha de S.Paulo, o Instituto de Identificação Ricardo Gumbleton Daunt (IIRGD) informou, no processo que tramita na 18ª Vara Criminal de São Paulo, que a planilha com as impressões digitais de Camargo tinha sido extraviada. Dessa forma, não era possível a comparação delas com as digitais do verdadeiro criminoso.
Com o salvo-conduto, Camargo teve as impressões digitais coletadas para a comparação. Segundo a Folha, o IIRGD informou que não houve extravio, e sim a "precipitação" de um funcionário que forneceu uma informação incorreta à Justiça. Conforme o IIRGD, a planilha foi encontrada e uma avaliação preliminar mostra que Camargo e o ladrão são pessoas diferentes.

FONTE: TERRA