27 março, 2007

Rio: prefeito chama ONG Viva Rio de "Viva Droga"

O prefeito do Rio de Janeiro, Cesar Maia (PFL), fez ontem duras críticas às relações entre líderes comunitários e traficantes nas favelas do Rio. Sobrou até para a ONG Viva Rio, a quem Cesar chamou de "uma das coisas mais perniciosas que aconteceram no Rio em matéria de segurança pública". Em seu ex-blog, chamou a entidade de "Viva Droga". Maia também fez acusações contra a Polícia Militar. O prefeito afirmou que o Grupamento de Policiamento em Áreas Especiais, que faz patrulhamento comunitário (Gpae) é "uma espécie de comando de proteção à boca-de-fumo".
A PM e o coordenador do Viva Rio, Rubem César Fernandes, não quiseram se manifestar sobre os comentários. As declarações de Maia foram dadas após reunião nesta segunda-feira com a juíza Ivone Ferreira Caetano, titular da Vara da Infância da Juventude e do Idoso. "Tudo que eles sugerem (Viva Rio e líderes comunitários) sempre fortalece o tráfico de drogas e não a paz", disse.
Alguns líderes falaram sobre sua relação com traficantes durante encontro, à tarde, com o comandante-geral da PM, Ubiratan Angelo, no Quartel-General. "Não temos como falar que não temos contato (com traficantes). Mas conivência é diferente de convivência", defendeu José Nerson, vice-presidente da Federação das Associações de Favelas do Estado (Faferj). "A gente anda em cima da navalha".
O grupo entregou carta se comprometendo a pedir ao tráfico o fim dos ataques ou de revides durante ações da polícia. Para diminuir a incidência de tiroteios, Ubiratan afirmou que a Corregedoria da PM está realizando levantamento de quantos disparos são dados em média por PMs nas operações, para verificar se estão sendo dados tiros a esmo.
O comandante classificou como legítimas as reivindicações, mas aproveitou para criticar as manifestações de provocação à polícia: "Chegam a jogar pedra em cima do policial. Devem ter respeito". Na reunião, PMs e líderes comunitários deram as mãos para uma oração.

FONTE: TERRA