Grampo flagra vice do AM negociando aposentadoria
Gravações realizadas pela Polícia Federal como parte das investigações sobre esquema de direcionamento de licitações no Amazonas flagraram o vice-governador do Estado e candidato à reeleição, Omar Aziz (PMN), pressionando a Assembléia Legislativa para aprovar emenda constitucional que lhe rendeu aposentadoria de R$ 20 mil. As escutas também revelam Aziz na tentativa de impedir a divulgação do flagrante pela imprensa local.
De acordo com o jornal Folha de S.Paulo, que teve acesso ao teor dos grampos telefônicos, o vice-governador usava o celular do assessor Manoel Paulino da Costa Filho, preso por suspeita de envolvimento nas fraudes, para pressionar os deputados.
Na gravação, ele aparece pressionando o presidente da Assembléia, Berlamino Lins (PMDB), em dezembro passado. "Nos temos até o dia 20 (para aprovar a emenda da aposentadoria). Se algum jornal (ficar sabendo) você tem de me avisar com antecedência, tá certo, pra eu segurar, viu?", questionou. Na época, sua candidatura a vice do do governador Eduardo Braga (PMDB) não estava definida.
Em outro diálogo, desta vez com o deputado Francisco Balieiro (PMDB), Aziz negocia o horário da aprovação da emenda para não alertar a oposição. Balieiro responde que a mesma seria aprovada na "surdina", para o vice-governador concordar: "Isso! Lá de madrugada".
A emenda foi aprovada em 21 de dezembro e alterou a constituição do Estado, que previa aposentadoria apenas para ex-governadores. Além do presidente da Assembléia, Belarmino Lins, assinaram a emenda os deputados Liberam Moreno (PHS), Vicente Lopes (PMDB), Wanderley Dallas (PMDB), Lino Chíxaro (PPS), Wallace Souza (PP), Arthur Virgílio Bisneto (PSDB) e Sinézio Campos (PT).
Pressão contra jornalistas
Em janeiro deste ano, o jornal A Crítica, de Manaus, publicou nota sobre a aprovação da emenda. Em gravação, supostamente para evitar que a notícia fosse divulgada por outros jornais, Aziz liga para o superintendente de A Crítica, João Bosco Bezerra de Araújo, para cobrar o "vazamento" da votação que lhe garantiu a aposentadoria.
"Pisei na bola com você, mas vou corrigir assim, mandando parar, tá?", afirma Araújo na conversa grampeada. O vice-governador liga também para o vice-presidente do jornal Diário do Amazonas, Francisco Cirilo Anunciação Neto, e pede para que ele dê "uma segurada" no assunto. "Deixe comigo", repondeu Anunciação.
Em seguida, Aziz liga ainda para o empresário Samuel Hanan, que foi vice do ex-governador Amazonino Mendes (PFL) - que é conselheiro do Correio Amazonense. "Eu falei com o Amazonino. Ele vai pra lá (para a redação) agora pra tirar, inclusive tinha algumas notinhas em colunas, vai tirar tudo", afirmou Hanan.
Jornalistas negam pressão
Procurada pela reportagem, a assessoria de Aziz não respondeu às denúncias. Já o superintendente do jornal A Crítica, João Bosco Bezerra de Araújo, declarou que não se recordava de ter conversado com o vice-governador sobre a não-divulgação de matérias. Araújo assegurou que sua orientação é não ceder "jamais" quando tiver um "fato jornalístico na mão".
O ex-governador Amazonino Mendes disse desconhecer pressões para tirar do noticiário a aprovação da emenda. E o vice-presidente do Diário do Amazonas, Francisco Cirilo Anunciação Neto, disse que "não houve cerceamento da imprensa" no caso.
"Deixar de publicar um assunto já explorado por outros veículos de comunicação não significou que houve um atentado à liberdade de imprensa", declarou.
FONTE: TERRA
De acordo com o jornal Folha de S.Paulo, que teve acesso ao teor dos grampos telefônicos, o vice-governador usava o celular do assessor Manoel Paulino da Costa Filho, preso por suspeita de envolvimento nas fraudes, para pressionar os deputados.
Na gravação, ele aparece pressionando o presidente da Assembléia, Berlamino Lins (PMDB), em dezembro passado. "Nos temos até o dia 20 (para aprovar a emenda da aposentadoria). Se algum jornal (ficar sabendo) você tem de me avisar com antecedência, tá certo, pra eu segurar, viu?", questionou. Na época, sua candidatura a vice do do governador Eduardo Braga (PMDB) não estava definida.
Em outro diálogo, desta vez com o deputado Francisco Balieiro (PMDB), Aziz negocia o horário da aprovação da emenda para não alertar a oposição. Balieiro responde que a mesma seria aprovada na "surdina", para o vice-governador concordar: "Isso! Lá de madrugada".
A emenda foi aprovada em 21 de dezembro e alterou a constituição do Estado, que previa aposentadoria apenas para ex-governadores. Além do presidente da Assembléia, Belarmino Lins, assinaram a emenda os deputados Liberam Moreno (PHS), Vicente Lopes (PMDB), Wanderley Dallas (PMDB), Lino Chíxaro (PPS), Wallace Souza (PP), Arthur Virgílio Bisneto (PSDB) e Sinézio Campos (PT).
Pressão contra jornalistas
Em janeiro deste ano, o jornal A Crítica, de Manaus, publicou nota sobre a aprovação da emenda. Em gravação, supostamente para evitar que a notícia fosse divulgada por outros jornais, Aziz liga para o superintendente de A Crítica, João Bosco Bezerra de Araújo, para cobrar o "vazamento" da votação que lhe garantiu a aposentadoria.
"Pisei na bola com você, mas vou corrigir assim, mandando parar, tá?", afirma Araújo na conversa grampeada. O vice-governador liga também para o vice-presidente do jornal Diário do Amazonas, Francisco Cirilo Anunciação Neto, e pede para que ele dê "uma segurada" no assunto. "Deixe comigo", repondeu Anunciação.
Em seguida, Aziz liga ainda para o empresário Samuel Hanan, que foi vice do ex-governador Amazonino Mendes (PFL) - que é conselheiro do Correio Amazonense. "Eu falei com o Amazonino. Ele vai pra lá (para a redação) agora pra tirar, inclusive tinha algumas notinhas em colunas, vai tirar tudo", afirmou Hanan.
Jornalistas negam pressão
Procurada pela reportagem, a assessoria de Aziz não respondeu às denúncias. Já o superintendente do jornal A Crítica, João Bosco Bezerra de Araújo, declarou que não se recordava de ter conversado com o vice-governador sobre a não-divulgação de matérias. Araújo assegurou que sua orientação é não ceder "jamais" quando tiver um "fato jornalístico na mão".
O ex-governador Amazonino Mendes disse desconhecer pressões para tirar do noticiário a aprovação da emenda. E o vice-presidente do Diário do Amazonas, Francisco Cirilo Anunciação Neto, disse que "não houve cerceamento da imprensa" no caso.
"Deixar de publicar um assunto já explorado por outros veículos de comunicação não significou que houve um atentado à liberdade de imprensa", declarou.
FONTE: TERRA
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