SAIBA MAIS SOBRE A QUARESMA COM PADRE JUARES DE CASTRO
QUARESMA
O tempo quaresmal se inicia na quarta-feira de cinzas e termina na quarta-feira que antecede a Quinta-feira Santa. Trata-se do tempo de preparação para a Páscoa. É um tempo em que se intensificam as orações, pratica-se mais o amor fraterno e se busca uma forma de solidarizar-se com os que sofrem através do jejum. O tempo quaresmal foi elaborado durante os primeiros séculos da Igreja, como tempo de forte espiritualidade, conversão e reavivamento da fé. A quaresma é tempo da preparação para a festa mais importante do cristão: a Páscoa . Para se chegar à Páscoa a Igreja nos convida à conversão. Converter-se é voltar-se para Deus e para o outro através de atitudes e gestos de amor, oração e renúncia. Por isso a Igreja nos ensina a viver este tempo com práticas de oração, jejum e caridade para nos levar à verdadeira conversão.
Embora com o mesmo significado histórico e religioso, algumas coisas mudaram na forma de viver o tempo quaresmal, por causa dos concílios e também pelo comportamento diferenciado das novas gerações. A nova percepção do tempo quaresmal foi uma das colaborações do Concílio Vaticano II, entre os anos de 1962 e 1965. O concílio mostrou que não basta viver a santidade na Igreja, nas suas práticas morais, nas suas crenças e na vivência dos ritos sacramentais, devia-se ir além, chegar à uma verdadeira transformação em nosso coração.
Deve se levar em conta a importância da solidariedade no tempo quaresmal. Em termos práticos, a penitência quaresmal é vivida por cada fiel como ele achar melhor dentro de suas circunstâncias.
Quaresma e símbolos
A palavra quaresma se origina do latim, quadragesima, e se refere ao número 40, ou seja, 40 dias entre a quarta-feira de cinzas e a Páscoa. O ano litúrgico é composto de dois ciclos: Natal e o Pascal.
A quaresma está inserida no ciclo Pascal, que celebra a grandeza do sofrimento, morte e ressureição do Senhor. A quaresma está dividida em três partes: além do tempo quaresmal (se inicia na quarta-feira de cinzas e termina na celebração da Missa do Lava-pés e da Ceia do Senhor, que acontecem na Quinta-Feira Santa, dia 8), há o Tríduo Pascal (grande celebração que unifica a Missa da Ceia, a Celebração da Cruz , da morte do Senhor e a vigília pascal, que acontece no Sábado de Aleluia), e o Tempo Pascal, que vai do Domingo da Ressurreição, Páscoa, até a Grande Festa de Pentecostes, dia 30 de maio).
A referência as cinzas, impostas aos fiéis na quarta-feira, é encontrada na Bíblia. Várias vezes o símbolo das cinzas, aparece como sinal de conversão, de humildade e renascimento. No livro de Jó (42,6), as cinzas simbolizam o sofrimento, o luto e o remorso. No Cristianismo, as cinzas têm a função pedagógica de perceber a fragilidade humana e converter os fiéis à penitência e à conversão de vida. A sacralização das cinzas, aspergidas em forma de cruz, religa os fiéis aos ritos de passagem e purificação pelo fogo vivo.
As cores dos paramentos litúrgicos também seguem a dinâmica do espírito da celebração. Vermelho para o Espírito Santo e para os mártires, branco para a Páscoa e Roxo/violeta para a quaresma. O roxo é a cor da temprança, quer harmoniza a vida entre o céu e a terra, entre a esperança e a paixão, entre a inteligência, o amor e a sabedoria. O roxo é a cor representativa da obediência e da submissão de Cristo à sua missão, em nome no Pai, em favor da humanidade. Trajar roxo na liturgia é assumir a paixão de Cristo e viver seu luto pelos povos do mundo.
O período de 40 dias também tem uma significação metafórica. Na tradição religiosa, é o número da "espera", da "preparação", da "provação" e do "aniquilamento". Na tradição cristã, é um tempo propício para a conversão e a transformação do coração, fundamentado nas quarentenas após os nascimentos e no período de purificação de doenças contagiosas. No Antigo Testamento, Davi reinou por 40 anos, assim como Salomão, o dilúvio de Noé durou 40 dias, Moisés é convocado por Deus aos 40 anos e permanece 40 dias no Monte Sinai. No Novo Testamento, a simbologia se repete: Jesus prega por 40 meses, permanece 40 dias no deserto e volta ao Pai depois de 40 dias da sua ressureição.
Quaresma, portanto é tempo forte e propício para entrarmos dentro de nós mesmo para converter a trabés de gestos e atitudes sinceras de amor e solidariedade. Assim poderemos celebrar a Páscoa que é vida que vence a morte.
PE. JUAREZ PEDRO DE CASTRO
Secretário Geral do Vicariato da Comunicação
Arquidiocese de São Paulo
padrejuarez@uol.com.br
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