11 agosto, 2006

Israel mata 12 no Líbano; ONU tem dificuldade em selar acordo

Ataques aéreos israelenses mataram 12 pessoas no norte do Líbano nesta sexta-feira, enquanto os Estados Unidos e a França lutavam para finalizar um projeto de resolução na Organização das Nações Unidas (ONU) para encerrar a guerra entre Israel e o Hizbollah, que já dura um mês. Uma briga diplomática intensa fez pouco para diminuir a violência no Líbano, embora Israel tenha suspendido os planos de ampliar a ofensiva no país árabe, aprovada pelo gabinete de segurança na quarta-feira.
O bombardeio de uma ponte perto da fronteira com a Síria feriu 18 pessoas, segundo funcionários de um hospital. Testemunhas disseram que uma segunda bomba atingiu a ponte 15 minutos depois da primeira, enquanto a equipe de resgate estava no local.
O premiê israelense, Ehud Olmert, pode enfrentar problemas após a aprovação de um cessar-fogo patrocinado pela ONU. Oficiais do Exército reclamam por terem sido contidos durante a ofensiva militar e adversários de partidos de direita pedem a realização de eleições antecipadas.
"Olmert deve sair", dizia uma manchete do diário israelense Haaretz, de esquerda. O primeiro-ministro foi eleito em março.
Alguns comandantes militares dizem que a ampliação de uma ofensiva terrestre no sul do Líbano, autorizada por Olmert e seu gabinete de segurança, não devia ter sido adiada.
Beirute foi despertada nesta sexta-feira com uma dezena de ataques aéreos contra seus já devastados bairros xiitas. Muitos já haviam deixado a região na quinta-feira, após Israel ter lançado panfletos alertando sobre os bombardeios.
O Hizbollah disparou vários foguetes contra Israel, ferindo pelo menos duas pessoas em Haifa, disseram médicos da cidade.
No sul do Líbano, os guerrilheiros xiitas do Hizbollah disseram ter bloqueado uma força israelense que avançava rumo ao vilarejo de Beit Yahoun, a 8 Km da fronteira. Um soldado israelense foi morto e outro ficou gravemente ferido, informou a televisão Al Arabiya. O Exército israelense não comentou.
Os EUA e a França se aproximavam de um acordo sobre o projeto de resolução da ONU, mas objeções do Líbano e de Israel poderiam novamente adiar uma votação no Conselho de Segurança.
O subsecretário de Estado norte-americano, David Welch, que tem viajado entre Beirute e Jerusalém, começou uma nova rodada de negociações nesta sexta-feira com o primeiro-ministro libanês, Fouad Siniora.
A guerra, iniciada quando o Hizbollah sequestrou dois soldados israelenses na fronteira no dia 12 de julho, já matou ao menos 1.023 pessoas no Líbano e 123 em Israel.
O Exército israelense confirmou que dois soldados seus morreram no Líbano na quinta-feira. Um general israelense afirmou que cerca de 50 integrantes do Hizbollah foram mortos no mesmo dia.

FONTE: UOL