Sanguessugas: Vedoin diz que subornou 77 prefeitos

Em depoimento à Justiça Federal, o empresário Luiz Antônio Vedoin, sócio da Planam, diz ter subornado pelo menos 77 prefeitos das mais de 450 cidades envolvidas na compra superfaturada de ambulâncias, no esquema da máfia dos sanguessugas. De acordo com o empresário, ele teria gasto aproximadamente R$ 1 milhão para direcionar licitações aos municípios.
De acordo com o jornal O Globo, que teve acesso ao depoimento, todos os acordos tiveram participação direta de deputados e senadores, responsáveis por acertar as licitações com os prefeitos e por apresentar as emendas parlamentares ao Orçamento da União para a compra das ambulâncias. Segundo Vedoin, por vezes os administradores municipais pediam comissões para definir os acertos.
"Se os municípios não aceitassem as condições impostas pelos parlamentares, pediam dinheiro da emenda", afirma Vedoin em um dos trechos do depoimento. O empresário e seu pai, Darci Vedoin, presos na Operação Sanguessuga da Polícia Federal (PF), concordaram em dar detalhes do esquema em troca de pena menor, valendo-se do benefício da delação premiada. Donos da Planam, eles são apontados como principais operadores do esquema.
As investigações indicam que a Planam vendeu ambulâncias superfaturadas em 22 Estados. O esquema previa a simulação de concorrências pelas prefeituras, com uma empresa da máfia concorrendo com outras de fachada. Segundo Luiz Vedoin, alguns prefeitos e seus representantes chegaram a receber 20% do negócio.

Propina de R$ 70 mil

Análise do depoimento de Luiz Antônio Vedoin à Justiça realizada pelo jornal Folha de S.Paulo indica que, de acordo com o empresário, a média de propinas pagas a prefeitos e parlamentares chegava a R$ 70 mil por pessoa. Vedoin listou pagamentos de R$ 5,8 milhões para 83 dos 128 parlamentares e ex-parlamentares que acusou de envolvimento com a máfia. As propinas, diz o sócio da Planam, também incluíam carros e outros "presentes".
Redação Terra

FONTE: TERRA