18 julho, 2006

Termina primeiro dia do júri dos acusados de matar Liana e Felipe

Terminou por volta das 19h30 desta terça-feira o primeiro dia do julgamento de três dos quatro acusados de participar do assassinato do casal Liana Friedenbach e Felipe Silva Caffé, em Embu-Guaçu, em 2003.Pela manhã, foram ouvidos os réus --Agnaldo Pires, Antônio Caetano da Silva e Antônio Matias de Barros. Depois, foram ouvidas as testemunhas: quatro comuns, duas de acusação e duas de defesa.Ari Friedenbach, pai de Liana, é uma das testemunhas e pediu para ser ouvido em outra sala, para não ter de ver os acusados de matar sua filha.O julgamento corre sob segredo de Justiça. Não há informações sobre os nomes das outras testemunhas nem o teor dos depoimentos.

Réus

Os três acusados chegaram à Câmara Municipal de Embu-Guaçu, onde ocorre o julgamento, às 8h25. Um quarto acusado --Paulo César da Silva Marques, o Pernambuco--, recorreu da sentença de pronúncia e ainda não tem data para ser julgado. Também é acusado um jovem, à época com 16 anos, que cumpre medida socioeducativa na Febem (Fundação Estadual do Bem-Estar do Menor).Às 11h foram sorteados os sete jurados. Os réus começaram a ser ouvidos às 11h20. O primeiro a depor foi Pires. Interrogado pela juíza Alena Cotrim Bizzarro, o acusado também prestou esclarecimentos à defesa e à promotoria. Pires falou por 35 minutos.Depois dele, foi a vez de Antônio Caetano da Silva, que depôs durante uma hora e 35 minutos. Às 13h30 começou o interrogatório de Antônio Matias de Barros.A promotoria e os advogados só vão se pronunciar depois de divulgada a sentença.

Crime

Os estudantes desapareceram no dia 31 de outubro de 2003, depois de mentir para os pais e acampar em uma região isolada da cidade. No dia seguinte, eles foram seqüestrados e mantidos em um sítio.Caffé foi morto por Pernambuco dois dias depois, com um tiro na nuca. Liana foi estuprada por Pernambuco, pelo adolescente e por Pires, segundo a Polícia Civil, e morta a facadas cinco dias após o seqüestro. Os corpos do casal só foram encontrados no dia 10 de novembro de 2003.

Adolescente

O jovem acusado de matar Liana a facadas e estuprá-la deve ser solto em novembro, quando acabam os três anos de internação na Febem, previstos na lei.Há casos em que o Ministério Público pediu a prorrogação da internação, de acordo com o advogado Ariel de Castro Alves. Normalmente, são situações em que a soltura do adolescente acarreta risco para a sociedade ou para ele próprio --que poderia tornar-se alvo de ameaças.Em 2004, antes do jovem completar 18 anos, o Imesc (Instituto de Medicina Social e Criminológica de São Paulo) emitiu um laudo em favor da extensão da internação do jovem acusado. Segundo o laudo, ele 'apresenta periculosidade latente por ser influenciável e não tem condições de progredir para regime de liberdade, devendo ser submetido a tratamento'.

FONTE: FOLHA ON LINE