20 julho, 2006

Acusados na morte de Liana e Felipe têm penas de até 124 anos

O julgamento de três dos acusados de envolvimento no assassinato do casal Liana Friedenbach e Felipe Caffé foi encerrado por volta das 3h de hoje, na Câmara Municipal de Embu-Guaçu, na Grande São Paulo, com a condenação de todos os réus pelo júri por sete votos a zero. Na saída do prédio, os três foram ameaçados por populares, e o esquema de segurança teve de ser reforçado. O local para onde eles foram recolhidos foi mantido em sigilo.
Antônio Caitano da Silva pegou 124 anos de reclusão em regime fechado, condenado por seqüestro, cárcere privado e pelo estupro de Liana - a pena foi maior porque, segundo a acusação, ele a violentou oito vezes. Acusado de estupro e cárcere privado, Agnaldo Pires teve pena de 47 anos e três meses de prisão, enquanto coube a Antônio Mathias de Barros sete anos e nove dias de cadeia em regime fechado por cárcere e colaboração no seqüestro de Liana e Felipe. Segundo a promotoria, Barros forneceu e escondeu a espingarda usada para matar Felipe Caffé.
Apesar do tamanho das penas, a lei brasileira limita em 30 anos o tempo máximo de reclusão de condenados no País.
Dois dos acusados - Paulo César da Silva Marques, o Pernambuco, e um jovem que era menor de idade na época do crime, Champinha - ainda não foram a julgamento. Acusado de executar Felipe com um tiro na nuca e de violentar Liana, Pernambuco recorreu da sentença de pronúncia e adiou o júri.
Já Champinha, apontado como reponsável pelas facadas que mataram Liana, cumpre detenção sócio-educativa na Febem e deve ser solto no final de 2006, quando termina o prazo máximo de três anos de reclusão previsto em lei para menores infratores. Há a possibilidade de o Ministério Público (MP) pedir a prorrogação da internação, baseado em laudo médico que atesta "periculosidade latente" do jovem, por ele ser "influenciável" e não possuir "condições de progredir para regime de liberdade".
O pai de Liana, Ari Friedenbach, acompanhou a leitura do veredicto e considerou a pena "adequada". "A sentença não alivia o coração, mas foi adequada para os crimes cometidos. Que sirva de lição para a sociedade, as pessoas têm de pagar pelo que fazem", avaliou.
Após a morte da filha, Ari protagonizou uma campanha nos meios de comunicação pedindo Justiça e defendendo a responsabilização penal de menores de idade - como é o caso de Champinha, que confessou ter esfaqueado Liana.
Liana e Felipe desapareceram no dia 31 de outubro de 2003, após mentirem para os pais e acamparem em uma região isolada. No dia seguinte, foram seqüestrados e mantidos reclusos em um sítio. Felipe morreu dois dias depois, enquanto Liana ficou presa por mais cinco dias, até ser morta a facadas. Durante o período, de acordo com os promotores, foi estuprada pela maioria dos acusados.

FONTE: TERRA